A Polícia Judiciária de Portugal prendeu, na manhã desta terça-feira (21), um homem de 30 anos, de nacionalidade luso-brasileira, acusado de incitar ódio contra imigrantes nas redes sociais. O suspeito, Bruno Silva, já tinha antecedentes criminais por discriminação e incitação ao ódio e à violência.

Em publicação no X (antigo Twitter), Silva chegou a oferecer um apartamento em Lisboa a quem "realizasse um massacre e exterminasse certos cidadãos estrangeiros". Ele acrescentou que pagava um "bônus adicional de 100 mil euros a quem atentasse contra a vida de uma jornalista brasileira que trabalha em Portugal".

A jornalista em questão é Stefani Costa, correspondente do portal de notícias Opera Mundi em Lisboa. As ameaças foram feitas em setembro. À época, o caso foi denunciado às autoridades portuguesas e um pedido de ajuda foi feito ao consulado e à embaixada do Brasil em Portugal.

"Não é a primeira vez que recebo ameaças de morte; já aconteceu várias vezes", afirmou Stefani ao Opera Mundi, em setembro. "Inclusive, já fui agredida na rua por um eleitor do Chega [partido nacionalista de ultra-direita], apenas por ser brasileira."

Em comunicado, a Polícia Judiciária de Portugal diz que Silva está "fortemente indiciado por ter difundido nas redes sociais uma publicação na qual incita à violência contra um grupo de pessoas de nacionalidade estrangeira". Ele será apresentado à Justiça na manhã de quarta-feira (22) para aplicação de medidas de coação.

A última movimentação de Silva no X foi feita em 13 de setembro. Ele compartilhou um post em que brasileiros relatam terem sido vítimas de xenofobia em Portugal e celebrou: "Nossa xenofobia tem sido um sucesso."

No X, Silva se descreve como "etno-nacionalista", "identitário" e "tradicionalista". Em sua foto de perfil, ele aparece envolto em uma bandeira de Portugal. No perfil, consta ainda que ele reside em Vila Real, distrito no norte do país e que é "marido" e "pai".

Fonte: cidadeverde.com