27 / 03 / 2019 - 10h48
Ex-prefeita, vereador e mais seis são denunciados por fraude em manutenção de poços no Piauí

A ex-prefeita de Brejo do Piauí, Márcia Aparecida Pereira da Cruz, o vereador Fabiano Feitosa Lira e mais seis pessoas foram denunciadas na terça-feira (26) pelo Ministério Público do Piauí por desviar R$ 591 mil em manutenção de poços e chafarizes do município de Brejo do Piauí, entre os anos de 2014 e 2016. Todos foram presos na Operação Poço Sem Fundo, mas soltos por colaborarem com a justiça.

O Ministério Público, através da Promotoria de Justiça de Canto do Buriti, denunciou também: o ex-chefe de gabinete da ex-prefeita, Emídio Pereira da Cruz; o pregoeiro e dono da empresa de assessoria a licitações Lógica, Carlos Alberto Alves Figueiredo; os donos da empresa VSP Construtora, Adcarliton Valente Barreto e Valdirene da Silva Pinheiro; Edmilson Souza Mota e Márcia Regina Pissolotto.

O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) deflagrou a Operação Poço Sem Fundo no dia 13 de março e cumpriu mandados de busca e apreensão em empresas e escritório de contabilidade envolvidos no esquema. Cinco mandados de prisão temporária e uma prisão preventiva também foram cumpridos e a justiça determinou o bloqueio de R$ 2,8 milhões em bens dos investigados.

Gaeco denunciou esquema fraudulento na cidade de Brejo do Piauí — Foto: Lucas Pessoa/G1 PI

As investigações se iniciaram em 2015, após o Tribunal de Contas do Estado tomar conhecimento de irregularidades na manutenção de poços e chafarizes. A estimativa é que entre os anos de 2013 e 2017 tenham sido desviados cerca de R$ 3 milhões de seis municípios do semiárido piauiense. O que será objeto de investigação da próxima fase da operação.

Esquema Fraudulento

Segundo o Gaeco, foi provado que houve fraude no município de Brejo do Piauí, com desvio de R$ 291 mil do município. Conforme as investigações, a empresa VSP Construtora não prestava o serviço e nem tinha capacidade para isso.

Cada pessoa denunciada desempenhava uma função no esquema fraudulento. Desde o processo licitatório até a contratação de laranjas, conforme apontou as investigações.

Ainda segundo as investigações, pessoas das comunidades próximas aos poços e chafarizes eram contratadas para realizar o trabalho de manutenção. Elas recebiam valores entre R$ 50 e R$ 150 pelos serviços.

De acordo com o MP, os poços e chafarizes estão em péssimas condições, o que prova a falta dos serviços que deveriam ter sido prestados pela então prefeita e pela empresa contratada. O vereador Fabiano Feitosa Lira é investigado pelo Gaeco também por suposto superfaturamento nas obras de perfuração de poços no semiárido piauiense, realizadas em 2012.

 

Fonte: G1PI

 



19 de Abril de 2024 00h:08
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