O Procon-Piauí ajuizou ação civil pública contra faculdades do Estado requerendo a redução imediata de 30% das mensalidades dos cursos ministrados nas instituições.
Na ação, o promotor Nivaldo Ribeiro, coordenador-geral do Procon, pede que os descontos nas mensalidades tenham efeito retroativo a março de 2020, quando houve a suspensão da modalidade presencial devido à pandemia do novo coronavírus, até o restabelecimento das aulas presencias.
A conduta de não conceder descontos nas mensalidades é considerada abusiva pelo Procon e o promotor requer a condenação das faculdades ao pagamento de indenização de R$ 1 milhão a título de danos morais coletivos, a serem revertidos para o Fundo Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor.
Caso não entenda pelo desconto linear de 30%, o Procon sugere a redução nos seguintes patamares:
Os estudantes das faculdades acionaram o Procon alegando que as instituições têm tido gastos menores, e se queixam da falta de canais de negociação com as empresas, que, segundo eles, muitas vezes cobram o valor integral das mensalidades ou oferecem descontos irrisórios.
Por outro lado, as instituições de ensino afirmam haver despesas maiores em decorrência de novas tecnologias para transmissão online das aulas e contratos fixos.
76% dos estudantes têm aumento de custo
O Procon disponibilizou, em maio, questionário eletrônico para avaliar a percepção dos estudantes acerca dos serviços ofertados e os preços cobrados pelas instituições de ensino privadas de todos os níveis de escolaridade durante a pandemia. O formulário foi respondido por 343 consumidores, dos quais 76% relataram aumento de custos em casa, como energia elétrica, internet, equipamentos, água, etc.
As respostas referentes às instituições de ensino superior totalizaram 45,7%, sendo que, desse total, cerca de 46% deles se consideram nada satisfeitos com o serviço. Outros 43% se consideram poucos satisfeitos, enquanto apenas 11% estão satisfeitos. A maior queixa é com relação às mensalidades. Observou-se que quase 58% dos consumidores consideraram as medidas tomadas por sua respectiva IES abusivas, enquanto 32,65% consideraram-nas insuficientes.
Fonte: Portal cidadeverde.com