País também aguarda aprovação de ao menos uma outra imunização; produção de ambas deve alcançar capacidade máxima até dezembro, segundo ministro da Saúde.
O ministro da Saúde russo, Mikhail Murashko, anunciou nesta segunda-feira (31) que a entrega do primeiro lote da vacina contra a Covid-19 "Sputnik V", aprovada pelo país este mês, está prevista para setembro.
Os testes de fase 3 da vacina contra o novo coronavírus, com 40 mil voluntários, têm previsão de começar nesta semana, segundo o cronograma publicado on-line. Nesta etapa, a eficácia e a segurança de uma imunização são testadas em larga escala (normalmente com milhares de voluntários).
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A expectativa é que 30 mil participantes recebam a vacina, e os outros 10 mil, um placebo (substância inativa), para servir de grupo controle. O intuito do governo russo é priorizar profissionais de saúde e professores nos ensaios; todos terão participação voluntária.
Murashko declarou nesta segunda (31) que já foram recrutadas cerca de 2,5 mil pessoas para os testes, informou o jornal "The Moscow Times".
No início de agosto, o governo russo informou que a vacinação em massa no país tinha previsão de começar em outubro.
Mikhail Murashko disse que a produção da vacina caminha paralelamente ao monitoramento, pós-registro, da eficácia da imunização.
“Quanto à vacinação contra o coronavírus, neste momento, simultaneamente, o aumento da produção e a observação pós-registro estão em andamento. Em primeiro lugar, claro, as vacinas serão fornecidas para profissionais de saúde e professores, e isso [vacinação] será absolutamente voluntária", declarou.
Além da Rússia, outros 5 países devem participar dos testes, informou o RDIF (Fundo de Investimento Direto Russo), que coordena a produção da imunização. O fundo não informou, entretanto, quais países são esses e nem quantos voluntários cada um terá.
No dia 11, a Rússia se tornou o primeiro país no mundo a aprovar uma vacina contra a doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2), mas a aprovação foi criticada pela comunidade internacional, pois não foram publicados estudos que mostrassem a eficácia da vacina. O país rejeitou as preocupações e anunciou, no dia seguinte, que começaria a vacinar médicos dali a duas semanas.
De acordo com o governo russo, ao menos 20 países solicitaram mais de 1 bilhão de doses da Sputnik V, apesar das preocupações com a segurança.
A vacina deve entrar em circulação civil em 1º de janeiro de 2021, conforme um certificado de registro no site do Ministério da Saúde russo, apurou o "The Moscow Times".
Segunda vacina
Na semana passada, a Rússia anunciou que preparava a aprovação de uma segunda vacina contra a Covid-19, ainda em fase inicial de testes. A autorização de ensaios clínicos da vacina foi concedida em julho, e a previsão é de que ela fique pronta em setembro, segundo o presidente russo, Vladimir Putin.
Esta segunda imunização está sendo desenvolvida pelo centro de pesquisa Vektor, em Koltsovo. Já a "Sputnik V" foi desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, em Moscou.
Nesta segunda, o ministro da Saúde afirmou acreditar que, por causa das vacinas que ainda estão em andamento, o país vai alcançar níveis máximos de produção delas entre novembro e dezembro.
"É por isso que acho que atingiremos os volumes máximos em novembro-dezembro. Precisamos separar a inoculação contra a gripe e contra a infecção por coronavírus", afirmou Mikhail Murashko.
Fonte: G1