O presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), marcou para esta terça-feira, 10, a sessão que analisará no plenário a proposta de emenda à Constituição (PEC) do voto impresso. A defesa dessa proposta tem feito o presidente Jair Bolsonaro lançar reiteradas ameaças golpistas ao dizer que não haverá eleições em 2022 se não houver mudança no sistema eleitoral.
Nos últimos dias, o confronto entre Bolsonaro, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se avolumou. A PEC do voto impresso foi rejeitada na comissão especial da Câmara, na última quinta-feira, por ampla margem -- 23 a 11 votos --, mas Lira decidiu levar o assunto a plenário. A tendência é que o Palácio do Planalto seja novamente derrotado nesta votação.
Ao mesmo tempo em que a Câmara apreciará o voto impresso, o Exército, a Marinha e a Aeronáutica farão exercícios militares na Praça dos Três Poderes. Embora a Operação Formosa já estivesse marcada, não se sabia que passaria por Brasília. Até mesmo Lira admitiu que se trata de um procedimento pouco usual, "uma trágica coincidência".
Bolsonaro acusou mais uma vez o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, a quem chamou de "mentiroso" e "trotskista", de ser o responsável pela provável nova derrota do governo na Câmara. "Se não tiver uma negociação antes, um acordo, vai ser derrotada a proposta porque o ministro Barroso apavorou alguns parlamentares", afirmou o presidente. "E tem parlamentar que deve alguma coisa na Justiça, que deve no Supremo, né?"