Sem saber o que acontecia, estudantes em pânico saíram das salas de uma escola estadual no Recife, na sexta-feira (8). Com falta de ar, tremor e crise de choro, 26 alunos foram atendidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que informou que os adolescentes tiveram uma crise de ansiedade. "O cenário era de filme de terror", contou neste domingo (10), o pai de uma aluna do 1º ano do ensino médio.
"Minha filha saiu da escola com uma amiga. Ela disse que o cenário era de filme de terror, com correria e tumulto. Já no ônibus, ela me ligou dizendo que tinha deixado a escola e estava indo para casa", contou o pai, que preferiu não se identificar.
O sofrimento retornou à mente da filha dele. A adolescente de 14 anos relatou ao pai que algumas amigas estão com medo de voltar às aulas. Ainda segundo o pai da estudante, a filha não quer relembrar o ocorrido. "Ela diz que dá agonia de lembrar, diz que o olho escorre lágrimas", afirmou o homem.
O caso aconteceu na Escola de Referência em Ensino Médio (Erem) Ageu Magalhães, no bairro de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife. O Samu informou que os estudantes apresentaram sudorese, saturação baixa e taquicardia e foram atendidos no local.
A mãe de uma aluna de 15 anos, que cursa o 1º ano do ensino médio, foi para a escola assim que soube do ocorrido.
"A escola não entrou em contato comigo na hora. Um colega de sala da minha filha me ligou e fui até a escola. Chegando lá, vi seis ambulâncias e, na entrada, vários adolescentes, alguns desmaiados, alguns chorando bastante", contou a mulher.
As razões que levam a uma crise coletiva de ansiedade são, em geral, pouco compreendidas. Segundo essa mãe que conversou com o g1, mas preferiu não se identificar, a crise começou após uma estudante perder os sentidos.
"Os alunos combinaram de esperar acalmar, mas aí o desespero tomou conta da maioria porque eles tinham medo de que fosse algo mais grave", disse a mãe de uma das alunas da escola.
A crise de ansiedade desencadeou uma reação em cadeia que atingiu várias turmas da escola. Em poucos minutos, alunos de outras salas de aula começaram a gritar, e seus gritos podiam ser ouvidos pelos corredores, segundo estudantes que presenciaram o ocorrido.
FONTE: G1