Um estudante do curso de psicologia da Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar), foi detido nesta quinta-feira (25), após fazer desenhos em um banco da instituição de ensino. Ele foi conduzido para a Delegacia de Polícia Federal e autuado por depredação ao patrimônio público da instituição. A situação gerou uma ampla revolta nas redes sociais e entre os estudantes, que realizaram uma manifestação no campus.
Em entrevista, o professor João Paulo Macêdo, explicou que a situação ocorreu durante uma de suas aulas. O docente relatou que foi surpreendido pelo chefe de segurança do campus, acompanhado de seguranças terceirizados armados e três policiais militares solicitando a liberação do estudante, para ser conduzido por depredação. João Paulo informou que recusou, mas teve que suspender a aula e decidiu acompanhar o aluno, que é do 5° período do curso.
“Eu disse que não ia liberar e que ninguém entrasse na sala, pois não é permitido a PM dentro do campus e muito menos na aula do professor. Ele disse então que o aluno depredou um patrimônio e insistiu que eu tivesse sensibilidade. Eu suspendi a aula e acompanhei o aluno até a delegacia da PF. Primeiro fomos até a reitoria para resolver internamente, mas o reitor só recebeu o chefe de segurança e ordenou foi que o aluno fosse autuado no camburão da polícia”, disse o professor.
O professor ainda lamentou toda a situação, que poderia ter sido resolvida no âmbito da UFDPar. “Ele vai responder processo por uma questão que era possível resolver dentro da universidade, trazendo a polícia para dentro. É isso que a gente está vivendo dentro da universidade de Parnaíba”, completou o docente. O aluno assinou Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e foi liberado no início da tarde, para responder processo em liberdade.
Em nota, a Universidade Federal do Delta do Parnaíba destacou que qualquer ato que lese o patrimônio público será avaliado e que apoia as práticas de expressões artísticas e culturais, assim como dispõe de espaços no campus para essas práticas mediante autorização prévia do setor responsável, e que repudia qualquer prática abusiva e racista de seus servidores.
FONTE: MeioNorte.Com