De acordo com o professor Ernani Júnior, tanto discentes quando professores têm sido afetados. “Em Campo Maior temos os cursos de Biologia, Geografia, Pedagogia, Ciências Sociais, História e Matemática. No Piauí, apenas na Residência Pedagógica, em torno de 580 alunos foram afetados, sem contar outros programas como o PIBID”.
Professor Ernani Júnior e aluna Adassa explicaram sobre o corte de bolsas durante entrevista. Foto: Reprodução Portal Fato
Adassa, aluna do curso de História e bolsista do programa Residência Pedagógica, ressalta que a manutenção do auxílio representa uma questão de permanência nos estudos para muitos alunos. “Esses programas visam nosso aperfeiçoamento. Nós temos custos como deslocamento, pesquisas e material didático, e nem todos podem arcar com isso. Nosso campus atende jovens e adultos de todo o território dos carnaubais, inclusive. Muitos precisam desta bolsa pra custear passagens”, explicou.
Para Ernani Júnior, toda sociedade precisa se engajar na luta pela educação pública que, segundo ele, vem sofrendo inúmeros cortes de verbas ao longo dos últimos quatro anos. “A gente tá tentando se mobilizar nas redes sociais, dando entrevistas e denunciando esse corte de verbas da educação. Tentamos mobilizar a opinião pública, e a maneira como as pessoas podem participar é através dos abaixo-assinados, participando das redes sociais e dando visibilidade ao problema”, declarou.
Mais de 200 mil bolsas suspensas em todo o Brasil
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), vinculada ao Ministério da Educação (MEC), anunciou na noite desta terça-feira (6) que os cortes de verbas feitos pelo governo federal comprometem o pagamento de mais de 200 mil bolsas a pesquisadores.
No Piauí, A UFPI e IFPI também têm sofrido com sucessivos bloqueios de recursos pelo governo federal. Apenas em julho a Universidade Federal anunciou uma perda de R$ 7,7 milhões; em outubro foram R$ 5,5 milhões. O Instituto Federal, por sua vez, anunciou um corte de R$ 3,4 milhões no mesmo mês.
Segundo a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), a educação brasileira teve um bloqueio total de R$ 1 bilhão, dos quais R$ 328 milhões seriam para o ensino superior.
