A Polícia Civil deu cumprimento a mandado de prisão contra o empresário Matheus Vitor Alencar, acusado de agredir a estudante Victória Soares em Teresina. A ação foi desenvolvida pela Gerência de Polícia Especializada, que o localizou e cumpriui a ordem judicial na manhã desta sexta-feira (12.05) em Teresina.
De acordo com o delegado Tales Gomes, ele ficará à disposição da justiça.
O caso
O empresário Matheus Vitor da Silva Alencar, é filho do delegado Sérgio Alencar, do 1º Distrito Policial. A informação consta no boletim de ocorrência registrado pela estudante de Direito após as agressões que ocorreram no apartamento da família , localizado no bairro São João, zona Leste de Teresina.
A vítima relata que eles namoravam há 7 meses e Matheus demonstrava ciúmes excessivos desde o início do relacionamento. Victória acrescenta que frequentemente era chamada de 'vagabunda'. Em menos de dois meses, ela fez boletins de ocorrência e exames periciais duas vezes.
No primeiro B.O, a jovem relatou que no dia 2 de abril ela e Matheus saíram com alguns amigos para consumir bebida alcoólica e por volta das 19 horas percebeu que o empresário estava estranho e dirigindo de forma perigosa chegando a ultrapassar semáforos vermelhos em alta velocidade.
Já por volta das 20h30, Victória estava no apartamento quando ele tomou o celular de sua mão, em seguida a empurrou contra a parede e tentou sufocá-la. Ela acrescenta que abriu a janela do apartamento e começou a gritar por socorro e em seguida uma vizinha a 'trancou' em um banheiro da área comum do condomínio.
Dois primos de Victória, identificados como Nilson e Marcos, foram os primeiros a chegar no condomínio e em seguida o delegado Sérgio Alencar, pai do suspeito, chegou ao local. Após os primos da vítima falarem que iriam chamar a polícia, o delegado se exaltou e disse que ''se chegasse polícia ali iria estourar tudo''. Após ouvir quatro disparos de arma de fogo, Victória não soube dizer se os tiros foram efetuados por Matheus, que tem posse de arma, ou pelo pai.
Em outro boletim de ocorrência, Victória reatou que no dia 10 de maio estava com Matheus em um restaurante e foi xingada de 'louca' e 'idiota'. Segundo a jovem, o namorado estava alcoolizado e bastante agressivo e ameaçava dar tiros no local. Ele tentou impedi-la de ir embora em um carro de aplicativo.
Entenda o caso
Uma estudante do curso de Direito identificada como Victória Soares, de 23 anos, fez uma denúncia de agressão contra o namorado, o empresário Matheus Vitor. As agressões aconteceram no apartamento da jovem, localizado no bairro São João, zona leste de Teresina. O agressor é dono de uma loja de veículos.
A relação dos dois já durava sete meses. Em abril deste ano a jovem registrou um boletim de ocorrência e na noite de ontem, outro boletim foi registrado, por conta das agressões.
Victória contou como era o relacionamento com o namorado, falou sobre o forte ciúmes que ele sentia e que tentava se apegar nos momentos bons e que romantizou os sinais de abuso.
"No início eu romantizei os sinais, eu pensei que era amor, não, ele é ciumento, ele mexe no meu celular escondido, colocou um localizador no meu celular, ele se trancava no meu quarto com meu celular e me deixava do lado de fora, e eu pensava, não, é porque ele tá gostando, né. Era uma pessoa fofa comigo e às vezes que ele me tratava mal eu tentava me apegar nos momentos fofos, só que foram piorando, teve um aniversário, que ele me tirou à força do local às pressas e eu puxei minha amiga para dentro do veículo, ele me agrediu dentro do veículo, em menos de um mês eu fui agredida duas vezes e hoje eu pensei que fosse morrer, ele derrubou a porta do meu apartamento, então hoje eu percebi que não é amor, isso é doentio, mas antes eu ficava pensando que era só um ciúme e eu via ele como uma pessoa perfeita", disse a estudante.
Victória disse ainda que já tinha solicitado à Justiça uma medida protetiva contra o namorado por conta das agressões e que chegou a desistir de uma dessas medidas.
"Cheguei a pedir, sim, e quando eu recebi a medida, eu fui embora para a minha cidade, para a casa do meu pai, e lá eu passei uma semana e ele chegou lá com dois seguranças, um era funcionário dele e o outro um policial que eu não conheço, pra conversar comigo, chegou lá para intimidar meu pai, e meu pai falou que não ia aceitar aquilo e que se ele quisesse conversar que falasse como uma pessoa descente. Aí ele retornou no dia seguinte, ele não veio só, trouxe mais uma pessoa, e meu pai falou, tá de molecagem, se tu quiser conversar vai ser eu e você, como dois adultos e eu por amar, voltei e ele ficou falando que tinha que tirar a medida para não prejudicar e assim eu fiz, ele me levou no tribunal para tirar a medida", disse.
FONTE: MeioNorte.Com