Lucélia Maria da Conceição Silva, de 58 anos, suspeita de envenenar duas crianças, de 7 e 8 anos, teve a prisão preventiva decretada após audiência de custódia realizada no domingo (25), em Parnaíba. Ela deve responder pelo crime de tentativa de homicídio.
Os irmãos internados por envenenamento estão em coma e respirando por aparelhos, segundo o Hospital de Urgência de Teresina (HUT). Eles foram transferidos em estado grave para a UTI pediátrica do hospital no domingo.
As crianças estavam entubadas no Hospital Nossa Senhora de Fátima, anexo do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (Heda), em Parnaíba. O transporte foi feito por uma aeronave do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Na decisão que converteu a prisão em flagrante da suspeita em preventiva, o juiz Marcos Antonio Moura Mendes apontou que a materialidade do crime foi demonstrada e existem indícios de autoria, tais como:
"Sob outra ótica, a reiteração de atos contra a vida de crianças não é desprezível, considerando-se o histórico relatado nos autos (lesão corporal com água quente em crianças, por exemplo). Obviamente que as circunstâncias da tentativa de homicídio contra as crianças serão aprofundadas, mas neste momento [...], o risco de reiteração de crimes contra crianças impõe a conversão do flagrante em prisão preventiva", escreveu o juiz.
A mãe das crianças, Francisca Maria Silva, informou, antes da transferência, que o filho mais velho reagia melhor ao tratamento e seria levado primeiro à capital. O mais novo, por outro lado, se recuperava mais lentamente. Os irmãos estão acompanhados de uma tia-avó em Teresina.
A assessoria do Heda afirmou que a equipe médica do hospital realizou um exame para determinar a substância que envenenou os meninos, mas os resultados ainda não estão disponíveis.
A mãe dos irmãos relatou que, na sexta-feira (23), o filho mais velho chegou à casa da família com um saco de caju, que teria sido oferecido pela vizinha Lucélia Maria da Conceição Silva, suspeita de envenenar as crianças. Ela foi presa e encaminhada à Central de Flagrantes de Parnaíba, onde continua detida.
“Ele foi comer os cajus com o irmão e os dois saíram para brincar. Quando o mais novo voltou, disse que estava tonto, se sentindo mole e me pediu para segurá-lo. Eu o segurei e ele estava roxo, com a língua preta, babando e vomitando o caju”, lembrou Francisca.
O filho caçula foi levado ao hospital e, pouco depois, o irmão mais velho também deu entrada com os mesmos sintomas, trazido pelo tio das crianças. Francisca disse ainda que não tem qualquer relação com a vizinha suspeita do crime.
Fonte: G1PI