Teve início nesta segunda-feira (26) a Oficina de Formação de Multiplicadores/as no Combate ao Trabalho Escravo. O evento que está sendo realizado no Lord Hotel, em Teresina, é promovido pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), o Escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, em conjunto com a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Piauí (FETAG-PI), e sindicatos locais, e se estende até a próxima quinta-feira (26).
O primeiro dia do encontro contou com a participação de representantes de diversas instituições, entre eles: a Superintendente Regional do Trabalho e Emprego no Piauí - Delegada Paula Mazullo; Procurador do Trabalho da 22a Região – do Ministério Público do Trabalho, Edno Carvalho Moura; Oficial de Projeto do Programa de Combate ao Trabalho Forçado – OIT, Antonio Carlos de Mello, entre outras autoridades.
O Assessor da Secretaria de Assalariados Rurais da CONTAG, Carlos Eduardo Silva, fez a abertura da oficina. Em seguida foi passada a palavra para o Secretário de Assalariados Rurais da FETAG-PI, Manoel Simão Gomes, que falou sobre a importância do encontro.
Segundo ele, o objetivo é articular trabalhadores e trabalhadoras rurais, dirigentes e não dirigentes, líderes sindicais, o poder público e a sociedade em geral para uma aprendizagem coletiva em temáticas relativas na promoção do trabalho decente, do emprego digno e o combate ao trabalho escravo, tendo por finalidade a consolidação de uma rede capaz de intervir na realidade local e garantir o respeito às leis e a concretização do princípio da dignidade da pessoa humana.
“Em 2014, segundo dados do Ministério Público do Trabalho (MPT), nos estados do Piauí e Ceará foram alcançados 190 trabalhadores e, identificados 155 em condições análogas às de escravo, somente na atividade de extração do pó da folha de carnáuba. Sendo 61 trabalhadores em Picos e 52 em Parnaíba, totalizando nessas duas regiões 113 trabalhadores, naquele setor”, explicou.
A Vice Presidente da FETAG-PI, Lucilene Ferreira, ressaltou que o Piauí encontra-se entre os cinco Estado que mais escravizou em 2014. Segundo ela, essa discussão é fundamental para combater essa prática no Estado. “É preciso uma ação mais integrada do poder público e da sociedade civil, esse trabalho é feito muito bem pelas entidades que compõe o Fórum Estadual de Combate ao Trabalho Escravo do qual a FETAG-PI é uma das entidades fundadoras”, ressaltou Lucilene.