Cerca de 200 representantes de várias entidades ligadas às mulheres ocuparam a avenida Frei Serafim, na tarde desta terça-feira (2), e realizaram manifesto em repúdio à violência sofrida pelas quadro adolescentes de Castelo do Piauí. Elas distribuíram flores brancas e balões simbolizando a paz. A maioria defende leis mais rigorosas para casos de estupros e pedofilia, como castração química.
Entre as autoridades presentes, a delegada Vilma Alves e as vereadoras Teresa Brito, Rosário Bezerra e Teresinha Medeiros, além da prefeita de Pedro II, Neuma Café, que recentemente foi vitima de violência.
Vilma, que entregou flores brancas para motoristas de ônibus, disse que a manifestação é um grito contra a violência à mulher. "É um sentimento de dor e solidariedade. Não aceitamos aberrações, tragédias e violência como aconteceu em Castelo do Piauí. Uma violência jamais vista. Quero dar o grito que em mulher não se bate, não se espanca e não se amordaça, respeitem as mulheres”, afirmou a delegada, uma das defensoras da castração química de estupradores.
A vereadora Rosário Bezerra acredita que possa a castração possa ser uma alternativa de pena mais severa. “Estou analisando e a castração pode ser uma alternativa para crimes de pedofilia e estupro. Fiquei chocada com a crueldade e a barbárie em Castelo”, declarou.
Para a prefeita Neuma Café, é preciso união contra todo tipo de violência e ao preconceito. "É uma tentativa de desestabilizar o governo feminino, que tem mostrado preocupação com todas as categorias e em especial os direitos da mulher", disse.
Presentes no ato entidades como a União de Mulheres, coordenadoria estadual e municipal das mulheres, Instituto de Mulheres Negras, OAB, Comissão de Mulheres Advogadas, CUT, Fetag e a comissão de direitos humanos da Câmara Municipal de Vereadores.
Todos representantes reclamaram do crescimento da violência contra a mulher. Segundo a delegada Vilma Alves, do ano passado até hoje foram registrados 35 estupros no Piauí.
As manifestantes estão com faixas e cartazes com dizeres como “caminhando juntas contra a violência” e “meninas e mulheres têm o direito de viver sem violência”.
Durante o ato, um momento de emoção. A fundadora da União Piauiense de Mulheres, Graça Silva, que é de Castelo do Piauí, chorou ao dar seu depoimento.
"Precisamos fortalecer esse discurso contra a concepção machista que impera nas relações. As mulheres são donas de seu corpo e têm direito de ir e vir", declarou.
O ato foi encerrado por volta das 18h. Os participantes fizeram um circulo na avenida e gritaram: "mulheres unidas jamais serão feridas" e "mulheres na rua, a luta continua".
Na ocasião, convidaram as pessoas para participar de outro ato que será realizado na quinta-feira (4), desta vez na cidade de Pedro II. O movimento é em solidariedade à prefeita Neuma Café.
No final do ato, a delegada Vilma Alves fez um discurso pedindo a castração química como punição.
Fonte: cidadeverde.com