O promotor de Justiça Ubiraci Rocha utilizou as redes sociais para criticar a qualidade dos inquéritos policiais. Segundo o promotor de Justiça, 98% dos inquéritos que chegam ao Tribunal Popular do Júri são de qualidade duvidosa, o que reflete diretamente em penas brandas, para acusados de crimes graves.
“Por falta de um inquérito mal feito e sem provas, o MP pediu a desclassificação do crime de tentativa de homicídio para lesão simples, com pena de três meses a um ano”, diz o post do promotor, se referindo a um crime que ocorreu em 2012, próximo a um bar na região do Grande Dirceu, e foi julgado na semana passada.
“Isso é uma constante no Tribunal do Júri. Quase sempre levamos processos a julgamentos e no mais das vezes, o MP tem que pedir a absolvição ou a desclassificação do crime, porque os inquéritos via de regra têm uma qualidade a desejar. Se a polícia não produz seu trabalho a contento, isso vai resultar na deficiência do trabalho do Ministério Público e por conseguinte na impunidade de vários crimes, principalmente, homicídios”, disse o representante do MP.
O promotor também fez referência a dados nacionais que apontam que a cada 100 processos de crimes contra a vida, cerca de 95% apresentam deficiência nos inquéritos.
“Nacionalmente, a resolutividade dos casos é de apenas 8% e no Piauí esse índice é bem menor. Os inquéritos têm qualidade duvidosa. Existem casos como o da travesti Makelly Castro, assassinada no ano passado, onde a polícia nunca apresentou nada de concreto. Outro caso é de uma garota chamada Lela, que foi assassinada a mando de uma traficante, levou tiros no rosto e boca, e não sabemos nem sequer se o inquérito foi feito”, disse Rocha.
Por meio de nota, o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado (Sindepol) repudiou as declarações do promotor e ressaltou que 100% das condenações são baseadas nos inquéritos policiais.
Fonte: cidadeverde.com