No início de 2016, Rebeca Andrade nem poderia imaginar que estaria nos Jogos Olímpicos. Em recuperação de uma lesão no joelho direito, que a obrigou a passar por cirurgia, a paulista se deixou abater pela dor e a possibilidade de que nunca mais fosse brilhar nos tablados. Mas, como conselho de mãe vale ouro, a ginasta ouviu a bronca de dona Rosa Rodrigues e não abriu mão do maior sonho.
– Falei para a minha mãe que não queria mais treinar. Deve ter uns sete meses… Foi depois que eu machuquei, mas ela não deixou. Me disse: ‘Você vai desperdiçar 13 anos da sua vida? Não vou deixar!’ – contou a tímida atleta, de 17 anos. – Agora, vou ligar para ela, que vai estar chorando, e eu vou chorar também, porque estou muito feliz.
Rebeca foi a melhor brasileira no dia de classificatórias, no domingo, na Arena Olímpica. A paulista garantiu o quarto lugar no individual geral, com 58.732 pontos, e ficou atrás apenas das norte-americanas Simone Biles, a maior estrela da ginástica, e Alexandra Raisman. A atual campeã olímpica Gabrielle Douglas ficou em terceiro, mas apenas duas atletas por países podem estar entre as 24 melhores. Assim, a brasileira entra forte na briga por pódio.
– Meus treinadores sempre acreditaram que um dia eu chegaria numa final olímpica no individual. Muito mais que eu. Agora que vi que posso, quero mais – diz a atleta. – Não sou só mais uma. É bom mostrar que posso ajudar a equipe e ir bem também.
Rebeca se sentiu uma diva no tablado. Bem à la Beyoncé, que inspirou a ginasta no solo a criar um mixe dos sucessos “Crazy in Love” e “Single Ladies”. Diva, aliás, é o nome de uma das canções da Queen B da música.
– Ela é uma diva, né? Aí eu me senti uma diva no solo também. Fico muito feliz de poder representá-la – diz.
fonte: cidadeverde.com