07 / 11 / 2016 - 22h46
Servidora do TRE-PI é exemplo de solidariedade e amor ao próximo

Vocação. Foi o significado dessa palavra que fez com que Carmen Lúcia Castelo Branco Rocha Campelo, servidora do Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI), há 22 anos, decidisse abraçar o voluntariado em sua vida. Ela sentia a necessidade de contribuir socialmente em prol de alguma causa, porém não sabia como e nem onde preenchê-la.

Foi então que na década de 90, ao observar sua mãe, sentiu o desejo de ingressar no voluntariado. A oportunidade de forma mais concreta surgiu a partir de um convite da sogra para substitui-la em uma reunião da Rede Feminina de Combate ao Câncer (RFCC), entidade filantrópica que tem como objetivo a luta social no combate ao câncer. Foi nessa ocasião que Carmen percebeu que estava próxima da realização do seu propósito de vida.

Em 1996, ingressou na Rede Feminina e o trabalho desempenhado ganhou tanta notoriedade que em dois anos assumiu a presidência da instituição e segue na função até os dias atuais. Ela contou que o início foi conturbado e, em alguns momentos, até pensou em desistir. "Era difícil ver o sofrimento dos pacientes. Pedi muita força em oração para suportar tudo aquilo. Tentei desistir, mas o amor pelo que eu fazia foi bem maior". 

Com o passar dos anos e diante da necessidade de oferecer melhores condições aos pacientes oncológicos, Carmen acelerou o desenvolvimento da RFCC e decidiu estruturá-la em projetos: "Com essa organização, foi possível dividir melhor o voluntariado para que os pacientes fossem atendidos com mais comodidade. Criamos, então, os projetos Apoiar, Aliviar, Alimentar, Abrigar e Alertar", explicou. 

O projeto Apoiar oferece suporte aos pacientes transplantados, custeia reforma em moradias e fornece alimentação adequada. O Aliviar fornece medicamentos para aliviar os sintomas dos tratamentos, mantém o programa "Doutores da Amizade" e financia exames para o tratamento de leucemia e linfoma. Além disso, faz doações de catéter, proteses e materiais de uso pessoal. O projeto Alimentar distribui cestas básicas, latas de leite em pó para pacientes e lanches na sala de recreação do hospital. O Abrigar acomoda e visita pacientes em residência, pensões e no Lar de Maria, casa de apoio à criança com câncer; e o projeto Alertar promove palestras gratuitas e campanhas educativas, além de exames gratuitos para a prevenção do câncer.

Ao avaliar o andamento de todos projetos, Carmen Campelo revelou o segredo para o sucesso deles. "Escolhemos nomes com a letra 'A' porque vem de amor e é esse sentimento que nos move. É o amor que nos impulsiona diariamente. Tudo dá certo porque não queremos nada em troca. Aqui a preocupação é com o paciente, o que ele está precisando e como poderemos ajudá-lo".


Vitórias, aprendizados e novos planos

Numa trajetória de 20 anos de Rede Feminina de Combate ao Câncer, Carmen reúne aprendizados, e descobertas feitas ao longo do caminho de solidariedade. "Hoje pra mim os problemas são probleminhas. Não me vejo no direito de reclamar de nada quando vejo que esses pacientes não têm tempo a perder. O tempo deles é no hoje, no agora e lutam a cada minuto pela vida. Nos preocupamos com tantas coisas do futuro, nos prendemos a tantos detalhes e ao olhar pra eles aprendemos a ter uma vida simples, pois a única coisa que querem é viver".

Ao falar da sua realização pessoal e profissional, Carmen Lúcia afirmou que hoje encontrou a verdadeira felicidade e que preencheu o vazio que habitava em seu coração. "Quando a gente nasce pra uma coisa, por mais que desempenhemos outras atividades, sempre parece que nos falta algo. Hoje me sinto feliz e realizada em poder ajudar a oferecer pelo menos as condições mínimas para que os pacientes sejam tratados como cidadãos. É uma forma de se sentir útil e saber que está contribuindo para que a pessoa tenha chances de se tratar. Não é garantir a cura, mas ao menos a chance de tratamento e tudo isso representa muito na minha vida."

Grandes foram as vitórias conquistadas ao longo desse tempo e muitos projetos ainda estão por vir. Carmen destacou o aumento no número de doações em todos esses anos. "Assim que cheguei aqui, as arrecadações eram em torno de três mil reais e hoje já conseguimos atingir um número de dois milhões de reais por ano só de doações." Entre os projetos citados por Carmen Lúcia estão a reforma da enfermaria do Hospital São Marcos e a construção de um condomínio com casas adaptadas para pacientes. "Será o condomínio Bem me quer para a Vida, com 26 casas adaptadas, localizado na zona sul de Teresina. A previsão de entrega é para o primeiro semestre de 2017".
Incansável no amor ao próximo, a presidente da RFCC disse que diariamente a sua energia só se renova bem como a valorização da própria vida. "Aqui aprendemos a valorizar a vida e a trabalhar sem esperar reconhecimento. Fazemos de tudo, desde limpar o chão a criar grandes projetos. Pra quem tem vocação pelo voluntariado, com o passar dos anos, a empolgação só aumenta."

Gestor Responsável: Serviço de Imprensa e Comunicação Social 



28 de Novembro de 2024 05h:51
Publicidade