Vice-campeão da Série B de 2016 e de volta à elite do Campeonato Piauiense após quatro anos sem jogar, o Comercial-PI apresenta nesta sexta-feira à prefeitura de Campo Maior o projeto financeiro do clube para 2017 – uma primeira conversa para definir o percentual da cota de patrocínio durante o torneio. Contudo, a principal preocupação dos dirigentes do time é onde a equipe vai sediar seus jogos. Com o estádio Deusdeth de Melo em reforma e sem data para entrega, o Comercial-PI cogita não disputar o estadual caso não tenha o local à disposição.
A possibilidade de não jogar o Piauiense, sem o Deusdeth de Melo pronto, tem como argumento os altos custos de não ter uma casa para receber as partidas. Na Série B, por exemplo, o clube mandou os jogos no Lindolfo Monteiro, em Teresina. Segundo o presidente Francisco Wilson, além das despesas, a motivação do torcedor de ver o time não seria a mesma.
- Temos o nosso planejamento definido, porém se o estádio Deusdeth de Melo não estiver apto para receber os jogos, não vamos entrar no campeonato. Na segunda divisão, fizemos os jogos fora e ficou muito ruim. Perdemos o incentivo do nosso torcedor, os patrocinadores fogem, não tivemos o fator casa e há uma desmotivação. Não queremos passar isso novamente – explicou Francisco Wilson, presidente do Comercial-PI.
O Bode tem no seu arquirrival de Campo Maior um exemplo. Em 2016, o Caiçara também não teve o Deusdeth de Melo no Campeonato Piauiense. E o prejuízo foi grande. Dos seis jogos como mandante, o Leão acumulou uma renda negativa de R$ 5.790. O clube foi rebaixado à Série B.
O estádio Deusdeth de Melo passou os últimos anos com reformas de longo prazo. A última obra previa a colocação de um novo gramado e melhorias nas redes elétrica e hidráulica nos vestiários. A entrega seria março, mas foi prorrogada. Antes, o local passou três anos (2010 a 2013) fechados para obras. Reabriu em 2014, mas menos de um ano depois, a cobertura das cabines de rádio e TV foram arrancadas depois de fortes chuvas na região. Logo depois, em janeiro de 2015, uma vistoria técnica constatou que o gramado não tinha condições de uso.
- A reforma está muito lenta. Conversei com o engenheiro responsável e a entrega ficou para a segunda quinzena de dezembro. Porém, na Série B, eles disseram que iriam entregar no final de agosto, e não aconteceu.
Caso mantenha a ideia de desistir do estadual por não ter um estádio, o Comercial-PI ficará em uma encruzilhada. O regulamento coloca uma multa de R$ 50 mil em caso de desistência. O presidente do clube interpreta que a situação não merece punição.
- Se não tivermos o estádio, iremos encaminhar um ofício à federação comunicando a nossa decisão e pontuando cada motivo. Não podemos ser punidos – explicou o presidente.
Fonte: G1 PI