Construção de barragem de Castelo do Piauí cobrirá pinturas rupestres
Pensada desde o Governo de Alberto Silva, a barragem de Castelo terá sua fase de licitação finalizada no próximo dia 29. A segunda maior do Estado vai auxiliar as famílias que moram na região e vivem o drama da seca, mas, ao mesmo tempo, irá submergir representações artísticas pré-históricas realizadas em paredes na cidade de Castelo e Campo Maior.
Para o deputado Antônio Félix, que faz parte da Comissão Mista pela Construção da Barragem de Castelo no Rio Poti, o ganho da sociedade compensa o impacto sobre as pinturas rupestres. “Hoje nós estamos com problema de consumo humano dentro destas regiões. Então nós vamos ter que fazer uma opção e a retenção de água é necessária”, justificou ao O DIA.
"Vamos ter que fazer uma opção, e a retenção de água é necessária para o consumo humano", destacou o deputado antônio Félix (Foto: Assis Fernandes/ODia )
O alagamento dessas áreas já era prevista desde o início do projeto, que passou por reformulação para corrigir falhas. O deputado afirmou que apenas algumas paredes onde constam as pinturas serão afetadas com a construção das adutoras.
Antônio Félix falou ainda que a construção da barragem é de extrema relevância para ajudar na contenção de possíveis alagamentos em Teresina a partir do controle das águas das chuvas, uma vez que o Estado não possui este tipo de obra sobre o rio Poti. No rio Parnaíba há a barragem de Boa Esperança, em Guadalupe, que é a maior do Estado.
Além disso, o deputado destacou a importância da barragem de Castelo para o abastecimento humano naquela região, entre os municípios de Campo Maior, Altos, Castelo do Piauí e Teresina. “Toda essa região está com o lençol freático acabado, contaminado. A construção da barragem irá ajudar no abastecimento humano, uma vez que haverá renovação da água todos os anos por conta das chuvas”, explicou.
Obra ainda não tem data para iniciar e custará R$ 370 milhões
A construção da barragem de Castelo ainda não tem data para iniciar, mas ela será a segunda maior barragem do Estado e custará cerca de R$ 370 milhões. O recurso está assegurado e será proveniente do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).
A barragem será a segunda maior do Estado com a capacidade de armazenamento de 2,6 bilhões de m³ de água, podendo gerar aproximadamente 40 kW de energia para os municípios da região. Já a barragem de Boa Esperança tem capacidade 237.300 kW e cuja bacia hidrográfica de cerca de 300.000 km².
A abertura dos envelopes para a escolha da empresa responsável pela obra será no próximo dia 29. As empresas ainda estão fazendo os estudos e o levantamento dos custos necessários para apresentação.
Fonte: Portal O Dia