26 / 09 / 2017 - 16h51
ARTIGO: É triste mas é verdade, nossos pais envelhecem

Por Káttia Rodrigues

Não sei se você, assim como eu, quando era criança, pensava que nossos pais eram super-heróis, que nada de ruim poderia acontecer a eles e que jamais morreriam. Passei minha infância toda pensando dessa forma, acreditem. Não sei se porque perdi meu pai desde cedo, e minha mãe passou a ser pra mim, minha pãe (pai e mãe).

No entanto, com o passar dos anos, à medida que eu ia crescendo e envelhecendo, e ela ia ficando mais velha ( só que pra mim, numa proporção muito maior), pois eu não queria que ela envelhecesse, de forma alguma, pra mim ela tinha que congelar, ficar estática, jovem e linda como ela sempre foi..é...e será.

E assim como minha querida mãe está envelhecendo, muitos também estão. E às vezes ( na maioria das vezes ), não temos paciência com nossos velhos. Falta-nos tempo e sabedoria para ouvi-los contar aquelas longas histórias que já nos contaram uma, duas, três ou dez vezes. E por que não? Por que será que eles sempre repetem essas histórias dos tempos da juventude deles? Será porque estão sempre sozinhos, jogados num canto, vendo e ouvindo o restante da família conversar e sorrir? Por que eles não podem fazer parte desses momentos de alegria, já que tantas e tantas vezes nos proporcionaram tanta felicidade? Será por que não bebem mais cerveja, nem se locomovem com tanta facilidade? Escutam com dificuldade e não estão conectados com as novas tecnologias?

Ouço muita gente dizer que fulano de tal depois que ficou mais velho ficou chato, ranzinza, antipático. Será? Será que o problema não está em nós que não temos mais paciência para escutar seus anseios, suas dores, seus sonhos?

A verdade verdadeira é que nós temos que agradecer à Deus por tê-los ainda ali por perto, que sorte grande será a nossa se um dia chegarmos à sua idade, isso sim, é uma dádiva.

Hoje aos 72 anos de idade, minha mãe continua sábia. Ainda acredito que ela é minha grande heroína, mas infelizmente hoje sei que não a terei pra vida toda. Assim como todos nós um dia ela irá fazer uma grande viagem, e um dia nos reencontraremos, e ouvirei novamente suas lindas histórias que sei de cor e saltiado (risos).

Mais ainda assim todos os dias agradeço à Deus pela sua existência, pelo seu amor, e continuo pedindo ao Senhor, que eu continue tendo tempo para ouvir suas infinitas histórias ( repetidas ) que para mim soam mais que música para os meus ouvidos.

Como diz a música cantada por Ana Vilela, Trem bala: segura teu filho no colo, sorria e abraça teus pais enquanto estão aqui; que a vida é trem bala parceiro, e a gente é só passageiro prestes a partir.

 

 

 

 



27 de Novembro de 2024 19h:37
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