Expulso aos 10 minutos do segundo tempo, o jogador Allan, do Piauí Esporte Clube, deixou a partida contra o Flamengo pela lateral do campo, ao lado da geral do estádio Lindolfo Monteiro.
O caminho natural do zagueiro seria o vestiário. Mas ele voltou ao gramado, indo até dois policiais militares na outra lateral do campo. O quarto árbitro insistiu que, por ele ter sido expulso, não poderia continuar alí.
O que parecia uma revolta com a expulsão, na verdade, tinha outro motivo. Após a partida da noite desta segunda-feira (18), que terminou com vitória do Flamengo por 1 a 0, Allan falou com jornalistas e denunciou que foi chamado de "macaco" por um torcedor rubro-negro.
- Quando eu passei alí pela lateral do campo, simplesmente um torcedor, que eu identifiquei, me chamou de macaco, e eu não queria que deixasse assim. Eu fui alí no policial, ele mandou eu falar com o quarto árbitro. Eu chamei o quarto árbitro para eu ir lá com o policial, mas ele não deixou eu ir. Disse que eu estava expulso e tinha que sair de campo. Eu perguntei se ele tinha família, porque se fosse com ele eu acho que ele não ia querer deixar assim.
O zagueiro disse que já tinha ouvido ofensa semelhante em jogos de várzea, mas foi alvo do racismo em partida de futebol profissional pela primeira vez.
- Muitos amigos meus já passaram por isso e agora comigo. É uma coisa frustrante, uma coisa que deixa a pessoa pra baixo porque todo mundo é ser humano. Todo mundo dentro tem o mesmo sangue. Cor, isso aí não identifica nada, não.
O jogador pernambucano de 25 anos de idade disse que pretende procurar uma delegacia para denunciar o caso formalmente.
Fonte: Portal cidadeverde.com