Três pessoas morreram após uma lagoa transbordar e romper o muro de um clube desativado. Prefeitura confirma desaparecidos e desabrigados, mas ainda não há um balanço oficial.
Três pessoas morreram vítima da enxurrada que atingiu as casas na noite de quinta-feira (4) do bairro Parque Rodoviário, Zona Sul de Teresina. As vítimas são uma uma mulher de 70 anos, uma criança de 4 anos e um líder comunitário do bairro. As vítimas foram levadas pela água após o transbordamento de uma lagoa romper o muro de um clube desativado.
Segundo o Corpo de Bombeiros, ao menos 100 casas foram atingidas - destas, 30 foram arrastadas - e 40 pessoas ficaram feridas. O Hospital de Urgência de Teresina (HUT) informou que 11 pessoas deram entrada na unidade de saúde na noite de quinta-feira (4). Segundo a assessoria de imprensa, a maioria das pessoas tiveram ferimentos leves e já receberam alta médica. Duas pessoas permanecem no hospital, um homem de 58 anos e um menino de 4 anos.
De acordo com a assessoria, Edimilson Pereira Lima, 58 anos teve uma fratura no fêmur e traumatismo craniano considerado leve. Já um menino, 4 anos, teve escoriações pelo corpo e permanece na unidade de saúde em observação.
Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi) confirma que há desaparecidos e desabrigados, mas ainda não divulgou nenhum balanço oficial. As pessoas feridas foram levadas ao Hospital de Urgências de Teresina (HUT) e outras unidades de saúde da capital. De acordo com o secretário Samuel Silveira, alguns dos atingidos foram levados por conta própria para hospitais de Teresina.
Os desabrigados foram levados para a Igreja do bairro Morada Nova, Zona Sul de Teresina, assim como roupas e mantimentos. Até o fim da manhã, a Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi) vai enviar kits de limpeza e cesta básica para os moradores que foram afetados.
Uma das vítimas é Maria das Graças Barcelar de Holanda, de 70 anos. Maria e o marido, Manoel dos Reis Pires, de 69 anos, estavam em casa quando a enxurrada aconteceu. “Isso nunca tinha acontecido por aqui. Nem alagava naquela região, e quando foi ontem, aconteceu isso. Só quero saber onde está minha esposa e onde vai ser o velório e o enterro, por que quero acompanhar", disse Manoel dos Reis.
Água represada
A água da enxurrada que atingiu as casas do bairro Parque Rodoviário ficava represada dentro do terreno de um clube desativado localizado próximo ao local. O clube fica em um terreno elevado, mais alto que as casas, o que contribuiu para a força da enxurrada que caiu sobre os moradores durante a noite de quinta-feira (4).
"Há alguns dias, por trás da rodoviária de Teresina, vinha se formando uma lagoa com a água das chuvas por conta do terreno irregular. Essa água foi se acomodando no muro do Clube da Telemar, que não resistiu. Com o rompimento a água desceu rumo ao rio Poti e levou tudo que tinha pela frente", informou a prefeitura.
O técnico da Defesa Civil Sebastião Domingos explicou que o local é uma passagem natural da água da chuva. "Foi feito um sistema de galeria para dar vazão àquela lagoa, só que houve o rompimento do muro. Como ela ficava dentro de um muro privado, não se tinha visualização dessa lagoa", disse Sebastião.
As casas do Parque Rodoviário são de alvenaria, mas foram construídas em um terreno irregular e acidentado, em uma ladeira. De acordo com o técnico Sebastião Domingos, apesar de ser uma área de risco, as casas do bairro eram feitas de alvenaria, com estruturas firmes.
"Pouquíssimas casas por lá eram de taipa, a maioria era de tijolo mesmo. Tanto que algumas perderam paredes, mas mantiveram o restante da estrutura", disse Sebastião Domingos.
Situação de emergência
O prefeito Firmino Filho decretou situação de emergência em Teresina nesta quinta em decorrência das fortes chuvas registradas na capital nos últimos dias e do aumento do volume dos rios Poti e Parnaíba. A medida visa dar agilidade às ações das equipes de assistência do município.
"Nós teremos capacidade de ajudar as famílias em situação de risco de forma mais ágil, repor o sistema viário que foi danificado de forma mais rápida. Isso tudo é agilizado com esse decreto", declarou Firmino Filho.
Fonte: G1 PI